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Saturday, September 17, 2011

Behind the Scenes: Baptismo V – Personagens do conto “Vigília”

  Porque nem só de “A Vingança do Lobo” vive um leitor, lembrei-me de falar também um pouco da única outra história de Crónicas Obscuras que veio a público, o conto “Vigília” que podem encontrar no nº2 da revista Nanozine.


  Sendo um conto pequeno, tem poucas personagens e menos ainda com direito a nome.

  Margaret e Mary foram assim baptizadas porque precisava de dois nomes ingleses banais, uma vez que a história se passa na Grã-Bretanha.
 
  O kapre (espécie sobre o qual espero publicar um post em breve) recebeu o nome Dakila, cujo significado é “grande”, por razões que serão evidentes a quem ler a sua discrição.

  Por fim, para o baptismo daquela que pode ser indicada como a personagem principal, Brona, que pertence a uma espécie de Outros não especificada, foi utilizada uma alteração do nome Brónach, que deriva da palavra em gaélico irlandês para mágoa (brón)

Friday, July 30, 2010

Perguntas mais frequentes: que outras criaturas pretende usar de futuro?


Esta é uma pergunta complicada de responder, uma vez que fazê-lo pode implicar vários spoilers… Regra geral, refiro apenas que existem vários géneros de fantasmas com forte potencial literário.

Ao longo da minha pesquisa, seleccionei qualquer coisa como 120 potenciais espécies de Ocultos. Serão todas elas utilizadas? Veremos.

Wednesday, July 28, 2010

Perguntas mais frequentes: que criaturas aparecem em Crónicas Obscuras – A vingança do lobo?


Vampiros, várias raças de lobisomens e um wendigo. Normalmente, só refiro estes porque não gosto de revelar demasiado.

Se quiserem saber mais sobre estas espécies, é só clicarem, o blog está pejado de informações sobre eles.

Monday, December 21, 2009

Licantropos: a hierarquia dentro do clã II – a divisão


Em termos simples cada clã é maioritariamente constituído por duas castas: infectados e fenrisnianos, sendo a última sempre hierarquicamente superior à primeira. Contudo, dentro destas castas propriamente  ditas existe mobilidade social, baseada nos méritos individuais, nomeadamente, nas capacidades de combate e nos conhecimentos especializados úteis ao clã.

Assim tomemos por exemplo, um fenrisniano que seja filho ou filha do líder do clã. À partida tem, pelo simples facto de ter vindo ao mundo, uma posição de destaque no clã, contudo, no mundo extremamente competitivo e bélico dos licantropos se esse filho ou filha não for forte o suficiente para defender o seu estatuto perdê-lo-á e pode mesmo ir parar ao fundo da pirâmide. Acabaria por ser uma sociedade com bastante mutabilidade, não fosse o facto de, por muito baixo que esse filho ou filha tombe, será sempre hierarquicamente superior a um infectado.

Friday, December 18, 2009

Lobisomens: a hierarquia dentro dos clãs I – a regra

Tal como nas relações entre as diferentes tribos, a hierarquia de um clã licantropo prende-se com razões de poderio físico, assim como sanguíneas, sendo difícil entender qual delas surgiu primeiro. Na verdade é praticamente impossível observar uma sem a outra.

Os fenrisnianos vêem-se como superiores hierárquicos naturais dos infectados porque nasceram lobisomens. Por outro lado, essa mesma bitola também significa que os fenrisnianos são geneticamente mais fortes e rápidos que os parentes infectados, o que no ponto de vista dos primeiros justifica a sua supremacia sobre os segundos.

Em sumo, para os lobisomens a força rege tudo, cabendo aos fortes comandar e os demais seguirem-nos.

Wednesday, October 7, 2009

Topielce


  São fantasmas de humanos afogados, aprisionados no elemento que os matou, possuindo uma apetência  especial para arrastar tudo o que mexe para as profundezas. Normalmente, tal como relatam as lendas escandinavas, estas criaturas tendem a surgir associadas a pântanos e lagos, uma vez que confinados tornam-se mais agressivos. No mar, livre para vaguearem pelo mundo, a sua belicosidade é diluída.

  Tal como a maioria dos fantasmas, são incorpóreos e invisíveis a não ser quando atacam os vivos, precisando de materializarem-se para o fazer. Nessa altura mostram o seu verdadeiro aspecto, pele putrefacta branca azulada, rostos inchados de órbitas vazias e bocas abertas em permanentes gritos silenciosos, clamores esses que apenas desejam acalmar com a dor de outros. A sua única fraqueza é o ferro.
Topielec (singular de topielce), embora este seja um pouco mais bonitinho que os descritos.

Sunday, September 27, 2009

Vampiros: Servos


  Não é uma regra absoluta, mas os vampiros que preferem não ser solitário patológicos, tendem a ter servos. 

  Alguns dos servos são atraídos com dinheiro, porém, a média adquirem-se pelo medo ou, infinitamente mais vulgar, promessa de serem tornados em filhos da noite. A promessa da imortalidade ou a simples e fascinante mística dos eternamente jovens, são incentivos suficientes para se deixarem seduzir.

  Quanto ao tratamento que os servos humanos podem esperar dos seus mestres vampiros dependem muito de filho da noite para filho da noite. Alguns pagam os servos, como qualquer empregador humano, outros têm-nos em condições de escravatura chocantes. É impossível prever, porém, uma coisa é certa, para aquele que não consegue atrair a atenção dos vampiros à primeira, e assim ganhar a imortalidade, a servidão é a maneira mais provável de obter uma segunda oportunidade.

Wednesday, September 23, 2009

Dadores


  Tal como nós, os vampiros têm necessidade alimentares diferentes de indivíduo para indivíduo e de noite para noite. Por outras palavras, nem todos aqueles que são apanhados pelas presas dos vampiros são sugados até ao tutano.

  Os vampiros podem alimentar-se de diversas fontes, por diversos meios, alguns tão discretos que as suas vítimas nem se apercebem, contudo, as fontes de sustento mais interessantes e sobre as quais falo neste post são os dadores.

  Dadores são humanos que, voluntariamente e conscientemente, se oferecem como alimento aos vampiros. 

  Os motivos para o fazerem são vários. Alguns deixam-se seduzir pela mística dos filhos da noite, outros acham a experiência sexualmente estimulante e há ainda quem tenha a esperança de ser transformado num deles.

  Claro que estes são os chamados dadores parciais, aos quais apenas é sugada uma pequena porção doe sangue. Com os dadores totais a história é diferente.

  Uma vez que são sugada até à morte, o número de voluntários não é tão alto como os dadores parciais. Regra geral as suas fileiras são preenchidas por doentes terminais ou indivíduos com tendências suicidas.

Torpor


  Estado de hibernação/coma em que um vampiro pode cair voluntária ou involuntariamente. É desta condição que vêm os mitos sobre os filhos da noite dormirem em caixões ou na própria terra durante o dia.

  Os estudiosos entre os sugadores de sangue acreditam que esta capacidade foi desenvolvida como um defesa contra a falta de alimento. Se os níveis de sangue no sistema de um vampiro baixarem até valores perto do zero, quer por perda de fluído vital, subnutrição ou se o filho da noite se alimentar durante demasiado tempo com sangue de baixa qualidade (animal ou de cadáveres) o corpo do morto-vivo desliga e entra nesta espécie de coma. Como é que isto o protege? O vampiro continuará em coma até que algo o desperte, como a aproximação de uma possível vítima ou uma alteração drástica no meio circundante.

  Ao acordar com pouco sangue no organismo, o vampiro está longe de ser tão perigoso como antes, contudo, a energia que economizou é, normalmente, suficiente para alcançar a fonte de alimento e tirar-lhe o que precisa. Nesta situação ele encontra-se reduzido a um estado atordoado e meio animalesco em que deseja apenas saciar a sede.

  Todavia, um vampiro também pode entrar em Torpor, voluntariamente. As razões variam. Alguns fartaram-se de um mundo infectado por humanos e preferem dormir através das décadas, acordando ciclicamente para espreitarem se as coisas melhoraram. Outros têm tantas dificuldades em adaptarem-se às mudanças, que preferem dormir. Existem sempre aqueles que vêem no Torpor uma solução para evitar o perigo e manterem-se discretos.

  Independentemente dos motivos, aquele que recorrem a esta hibernação, dormindo através de anos ou décadas, continuam a ter acordar volta e meia para se alimentarem e, assim, manterem as reservas de energia. Os intervalos variam de vampiro para vampiro, porém, uma coisa é certa, está no interesse de qualquer humano não lhe interromper o sono…

Tuesday, September 22, 2009

Sangue


  A questão que moldou os vampiros como espécie e como indivíduos é o facto de precisarem de sangue humano para existirem.

  Um vampiro pode sobreviver com sangue animal ou mesmo dos mortos durante algum tempo, porém, eventualmente, acaba por ter uma reacção semelhante à de um humano que não coma alimentos frescos ou de boa qualidade. Uma espécie de intoxicações alimentar, na forma de um enfraquecimento da sua condição física e capacidades de regeneração. Em casos extremos o efeito é similar à não ingestão de sangue durante longos períodos, o metabolismo baixa até entrar em Torpor. Normalmente, o vampiro recupera, contudo, existe sempre possibilidade do seu cérebro sofre alguns danos.

  Por exemplo, amnésia é comum em vampiros mais velhos. Afinal, quem não se esqueceria onde deixou as chaves quando se está “vivo” à 3 mil ou 4 mil anos? Todavia, privações severas da alimentação podem causá-lo a vampiros muito mais novos, mesmo com poucas décadas de existência.

  Os seus corpos não precisam de ar ou de qualquer outro elemento necessário à existência da maioria das criaturas, mas sem sangue não se podem suster.

  A tecnologia moderna providenciou-lhes novos e aperfeiçoados recursos. Sangue doado, uma vez que foi retirado de um organismo humano ainda vivo, é uma alternativa ao plasma quente tugado directamente de pescoços humanos, desde que seja mantido em boas condições de conservação para preservar todos os seus nutrientes.

  Em tempos idos, um vampiros podia sempre drenar um humano e colocar o seu sangue num frasco, porém, actualmente, os sistemas de refrigeração ultrapassam em muito as cisternas a nível da durabilidade do material armazenado.

  Claro que muitos vampiros continuam a preferir caçar as suas vítimas ou mesmo manter um círculo leal de dadores.

Tuesday, September 1, 2009

Pulsar


Este sentido é exclusivo dos vampiros, não existindo nada, sequer, remotamente semelhante em qualquer outra espécie. A sua funcionalidade tem como base o sangue e o seu propósito é facilitar a obtenção deste. Em termos básicos, trata-se de uma espécie de radar através do qual os vampiros localizam potenciais vítimas.

O Pulsar incorpora e sobrepõe-se aos sentidos ditos comuns. Ele permite a um filho da noite, ouvir e sentir as batidas dos corações em seu redor, assim como ver o sangue dentro de corpos, quer este esteja a correr ou estagnado, dependendo se o indivíduo em questão está morto, vivo ou morto-vivo).

Usado habilmente, o Pulsar permite:

- Detectar inimigos ou vítimas através de objectos sólidos ou na mais completa escuridão.

- Adivinhar sentimentos e intenções. Aprender a interpretar os batimentos do coração abre ao vampiro um universo de possibilidade, já que, nos mortais, quase todas as acções e pensamentos têm alguma espécie de efeito no músculo cardíaco.

- Descobrir outros Ocultos. Por exemplo: o coração de um licantropo fenrisniano, em repouso, baterá mais do que qualquer humano em iguais circunstâncias. Outra hipótese: se um vampiro vir um corpo com sangue a mexer, mas sem possuir batimento cardíaco está, quase de certeza, diante de outro filho da noite.

Claro que toda a medalha tem o seu reverso. Uma vez que o Pulsar e os sentidos normais se sobrepõem, por vezes, é difícil aos recém-criados habituarem-se a esta nova percepção do mundo. Embora a maioria se adapte relativamente bem, após umas semanas ou meses de angústia, alguns enlouquecem antes de o conseguirem...

Tuesday, August 25, 2009

Vampiros e os sentidos


Os vampiros, como seria de esperar em mortos-vivos, não experienciam o mundo como nós.

Não tem olfacto, o que não é difícil de entender uma vez que não respiram... O ar apenas é usado no seu corpo para proferir palavras, nada mais. Bem… isso não é exactamente verdade… Se quiserem, podem simular certos actos relacionados com a respiração, como a mecânica de fumar, porém, é essencialmente um hábito inútil, já que a não sentem qualquer efeito químico.

De qualquer modo, a falta de olfacto não lhes permite distinguir uma grande variedade de sabores, para além das diferenças entre doce, amargo, salgado e ácido, permitidas pelo paladar. Basicamente, são esses os parâmetros que usam para classificar o sangue, embora com algumas nuances que facilmente escapariam a um mortal.

A visão não é muito diferente da humana, simplesmente, estão mais habituados à escuridão, dando a ilusão que vêem melhor do que os demais em ambientes com pouca luz.

Na audição acontece algo semelhante. Uma vez que os seus ouvidos não perdem faculdades com o passar dos anos, devido às espantosas capacidades regenerativas que possuem, é fácil ficar com a impressão que eles têm audição sobre-humana.

Porém, mais impressionante é a maneira como o tacto se altera quando passam de humano para filho da noite. Embora consiga sentir pressão, a sua pele é completamente desprovido de sensibilidade ao frio ou dor. No máximo, quando estão completamente empanturrados com sangue, estas sensações manifestam-se como pequenas comichões, nada mais. Esta insensibilidade, em especial, no que diz respeito à dor, torna-os adversários temíveis.

Não obstante, existe um sexto e mais impressionante sentido a que os vampiros têm acesso. Chama-se Pulsar e é o que os converte de meros mortos-vivos em sofisticados lutadores e sedutores.

Wednesday, August 12, 2009

Poderes vampíricos


Os vampiros de Crónicas Obscuras não têm poderes vistosos, como transformarem-se em nevoeiro ou animais selvagens, porém, são mortos-vivos o que lhes fornece uma série de capacidades impressionantes.

Não sentem dor. Nos primeiros anos após a transformação podem ter alguns bloqueios psicológicos, que os fazem contraírem-se quando são atingidos, porém, acabam por aprender que nada têm a recear. Balas, facadas, golpes nada os faz sofrer, a não ser a luz solar.

Embora a decapitação seja a única maneira de morrerem, hemorragias também podem constituir uma ameaça. O sangue é o combustível de um vampiro, se o perderem em grandes quantidades ficam mais fracos e podem mesmo entrar em Torpor, o que os deixa praticamente indefesos. Nunca verão um vampiro a arfar de cansaço (afinal, estão mortos, não respiram…), porém, a perda de sangue deixá-los à com menos energia, mais desajeitados e lentos.

Felizmente, a perda de sangue em si, também não é fácil. Os seus corações não funcionam, o que significa que o sangue não circula pelos corpos, logo não pode jorrar, com acontece com os humanos. Este facto é auxiliado pelos seus incríveis poderes de regeneração. O tempo de cura depende do tipo de ferimento e de quão bem alimentado o vampiro está. Fracturas simples, cortes e tiros, normalmente, curam-se em segundos. Fogo, pode levar alguns minutos a horas, dependendo dos danos. Recuperação de um membro amputado é coisa para dias.

A regeneração também implica alguns inconvenientes. Um vampiro conserva sempre o aspecto que tinha quando foi transformado. Mudar o corte de cabelo, fazer uma tatuagem ou moldar o corpo em geral é impossível. O que também significa que, embora um vampiro não desenvolva doenças, continuará a ter qualquer limitação física que possuísse quando humano. Em suma, doente com cancro transformado em vampiro, continua a ter o cancro, mas já não sente os efeitos. Um paraplégico transformado em vampiro não será curado.

O facto de estarem mortos permite-lhes também "sobreviver" (se é que se pode usar este termo) em praticamente qualquer ambiente. Se os vampiros não vivessem escondidos da Humanidade, seriam os voluntários ideias para a NASA.

Friday, July 24, 2009

A caçada do wendigo II - o derradeiro predador


Imagine-se um homem, um caçador, armado com sua caçadeira ou carabina. Ele entra na floresta cauteloso, contudo, ao mesmo tempo, confiante.

O humano procura a sua presa. Talvez um veado ou, quem sabe, um urso. O que o caçador não sabe é que ele próprio já foi detectado. Então começa a dança…

No início nada se passa, o caçador dos caçadores limita-se a observar. Alguns gostam de observar até as vítimas começarem a sentir um desconforto que não conseguem justificar. A seguir começa a atormentação. Anuncia a sua presença rugindo ou mostrando-se. Alguns humanos são valentes e aguentam firme por uns minutos, até poderão disparar algumas vezes, mas a maioria, assim que vê que as balas não têm qualquer efeito, foge.

Ser perseguido por um wendigo chega a ser pior do que ser apanhado. Ágeis e com anos (alguns até séculos, já que só morrem se forem mortos) de experiência a moverem-se furtivamente nas florestas, os wendigos sabem como acossar uma presa. Correm sobre duas ou quatro patas, trepam e deslocam-se nas árvores, ora estando à sua frente, ora nos seus calcanhares. Pior, muitas vezes, sente-se a sua presença e ouvem-se os seus passos e rugidos, mas não é possível discernir onde se encontram.

Após estarem satisfeitos com o nível de terror que impôs à vítimas, ataca rápida e inesperadamente. Alguns matam com um único, preciso e poderoso golpe, mas outros gostam de apanhar as vítimas e comê-las vivas.

Depois? Bem, depende de espécime para espécime, assim como da sua disposição. Alguns podem passar para a presa seguinte, seja ela humana ou animal. Outros preferem hibernar até que outra vítima lhes desperte o interesse. A única certeza é que haverá sempre uma próxima vítima…

Sunday, July 19, 2009

A caçada do wendigo I - a origem

Independentemente do homem que foram, todos os wendigos se tornam caçadores astutos e sádicos. Para eles caçar não é apenas uma meio de obter sustento, é a razão de viverem. Se um wendigo o desejar, pode aproximar-se sorrateiramente e eliminar a presa tão depressa que ela nem saberá o que a atingiu. Porém, nunca o faz. Gosta demasiado da caçada em si e de uma presa em particular: o homem. Aprendem a apreciar a sua carne mas, mais do que isso, adoram o desafio. Como disse Hemingway: “Não há caçada como a caça do Homem e aqueles que caçaram homens armados durante tempo o suficiente, nunca se interessam, realmente, por qualquer outra coisa.”

Será que esta característica provém do homem dentro do wendigo ou do animal? Impossível saber. Porém, uma coisa é certa, todos os wendigos, sem excepção caçam e devoram seres humanos. Podem fazê-lo em menor ou maior quantidade, mas todos o fazem.

Wednesday, July 15, 2009

Wendigos


Existem muitas lendas sobre os wendigos. Em algumas são-lhes atribuídas características tão bizarras como o facto de terem de ser visto de frente, pois se forem olhados de lado serão invisíveis.

Em Crónicas Obscuras os wendigos são menos etéreos, contudo, nem por isso, menos perigosos. Eles são os supremos caçadores, ferozes e astutos, quase imparáveis.

Um wendigo não pode nascer, tem de ser criado por uma série de rituais antigos, conhecimento esse que quase caiu no esquecimento. Só uma mão cheia de xamãs conhece o processo de insuflar as almas de feras, ritualmente, mortas, no corpo de um mortal, um voluntário, tornando-o num monstro selvagem, de coração gelado e apreciador de carne humana.

Terminado o ritual não demora muito até que a transformação ocorra, tornando homem em besta.

Cada centímetro do corpo do wendigo é coberto por uma camada curta de pêlo cinzento. O seu cabelo tem o mesmo comprimento que o pêlo, sendo difícil entender em que parte do pescoço se encontra a separação.

As suas mãos são providas de garras com 6 cm de comprimento e a boca está repleta de grandes presas amarelas. O rosto é, essencialmente humanos, porém sofre desfigurações. A parte inferior da cara evolui para se assimilar a uma focinho, mas pára a meio, não chegando a alongar-se tanto como a de um lobo.

As orelhas são pontiagudas e encontram-se igualmente cobertas com pelagem cinzenta curta.

Porém, a característica mais impressionante do wendigo são os seus olhos. Retinas negras como as profundezas do espaço, desprovidas de alma, mas íris amarelas como pequenos sóis.

Saturday, May 30, 2009

Espécies


Se há coisa em que nós, humanos, somos bons é a contar histórias e a exagerá-las. O que significa que milénios de tentativas de entender o mundo e refrear o medo do desconhecido através de mitos, forneceu-nos um fértil terreno de situações, personagens e seres fictícios. Por outro lado, também significa que cada criatura ou espécie paranormal vem atrelada com uma cadeia de múltiplas histórias, muitas das quais divergentes.

Consideremos os lobisomens, por exemplo, a listas de coisas que fazem e são é interminável. Nem a sua origem é clara. Todos conhecemos a versão da dentada, mas em alguns países um lobisomem é um sétimo filho de um sétimo filho (estranho, já que noutros essa pessoa costuma ser provida de poderes mágicos, mas sem qualquer maldição acoplada).

Tudo isto para dizer que quando se decide escrever sobre vampiros, lobisomens e outras espécies mais ou menos conhecidas tem de se fazer uma selecção das lendas que se decidem aceitar ou ignorar. O que significa que, se por um lado, as escolhas possam agradar a alguns, infelizmente, não o podem a todos. É a desvantagem de trabalhar com materiais tão populares e acarinhados que, ao mesmo tempo, não têm uma linha condutora.

Por outro lado, também significa que há uma maior liberdade de criação.

Em suma, sei que posso vir a desagradar algumas pessoas com a minha concepção de vampiros e lobisomens, porém, espero que mantenham uma mente aberta como eu faço com as demais obras do género.