Uma bela semana. Tal como previ no útil Writer’s Log consegui terminar a revisão de “Crónicas Obscuras – Cicatrizes”. Talvez regresse para um toque ou outro na pintura, mas a “parte de leão” do trabalho está feita.
Esta meta não foi atingida sem um fim-de-semana a dedicar especial atenção à personagem Kurt Jameson e aos seus diálogos com referências musicais. Se bem se lembram já falei por aqui sobre as dificuldades de trabalhar com este género de conteúdos (http://www.cronicasobscuras.blogspot.com/2012/01/lyrics-continuacao-de-behind-scenes.html). À baliza temporal e falta de um conhecimento musical enciclopédico, aproveito para acrescentar duas complicações: a repetição e a tradução.
Na tradução os problemas são os do costume: selecção das palavras mais correctas, lidar com expressões idiomáticas e toda a panóplia do “When we hit, no one remembers. When we miss, no one forgets”. Por exemplo, ao citar I Heard It Through the Grapevine de Smokey Robinson & the Miracles, (música que mais tarde foi celebrizada pelos covers de Creedence Clearwater Revival e Marvin Gaye) tive de decidir entre traduzir “grapevine” literalmente por “videira” ou pelo seu significado idiomático “rumor” ou “mexerico”. Decidi-me pelo primeiro, pois o sentido idiomático é facilmente reconhecível no contexto e “videira” estaria mais perto daquilo que a personagem diria em inglês (é preciso não esquecer que, para efeitos da narrativa, apesar de escrito em português, o diálogo ocorre em inglês).
Não tenho ilusões sobre a tradução. Sei que muitas das opções (senão todas) estão abertas a contestação, todavia, há muito que acredito que mais importante do que tomar a decisão certa ou a errada, é tomar uma e arcar com as consequências, ponto final.
Ao referir “repetição” como um dos problemas, falo não só de não repetir músicas (embora, em alguns casos, isso facilitasse as coisas), mas também de evitar referir demasiado certas as bandas. Felizmente este problema acabou por revelar-se útil, pois a quantidade de repetições de determinado conteúdo musical, ajudou a estabelecer mais pormenorizadamente os gostos da personagem, ou seja, destacar entre as bandas ou cantores que Kurt Jameson gosta de ouvir, quais os que prefere.
O que farei agora? Provavelmente irei apostar no projecto CO-TP em detrimento de completar “Crónicas Obscuras – Vínculos”, contudo, ainda não está nada written in stone. Talvez até gaste um bocadinho a escrever um conto ou dois antes de avançar para uma das narrativas maiores… Veremos…
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