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Tuesday, June 21, 2011

Behind the scenes: Nome certo

Um bom título, pelo menos na minha visão simplista do mundo, resume a história sem revelar demasiado e funciona por camadas, sendo apelativo, mas escondendo um significado mais profundo. Como alguém que adora a sabedoria contida em pequenas citações, em particular as que conseguem ser básicas e incrivelmente profundos em simultâneo, obtendo a sua genialidade da simplicidades, sempre foi fascinado pela arte de escolher bons títulos, o que não signifique que a domine…

Mais ainda do que a capa, o título é o principal cartão de visita de um livro, a primeira ligação entre a obra e o leitor, cabendo-lhe atraí-lo ou repeli-lo. Como tal, não é admirar que escolher um título seja uma função que se situe num de dois extremos: ou sai naturalmente, correndo bem à primeira, ou é preciso matar a cabeça até obtermos um resultado satisfatório (como imaginam, esta última hipóteses é um género de tortura particularmente requintada e cruel).

O projecto actualmente chamado “Cicatrizes” foi para mim um desses casos. Durante meses o ficheiro teve como único título “Ainda sem nome” e depois disso foi obrigado a suportar diversas denominações, cada uma pior que a outra, entre as quais: “Consequências”, “Efeitos Colaterais”, “Sombras do Passado”, etc. O mais frustrante é que para mim o projecto será sempre “Rippling”, título que lhe assenta como uma luva, contudo, não me pareceu apropriado dar-lhe um nome inglês e a tradução mais correcta da palavra envolve outras conotações em português.

Embora a criação de “Cicatrizes” não tenha sido um processo desprovido de complicações (como todos…), ouso dizer que o seu título (sobre o qual ainda não estou completamente satisfeito) foi o obstáculo mais difícil.

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