"Quando chegarmos aos 500, não só escreverei um conto protagonizado por uma personagem à vossa escolha de “A Vingança do Lobo”, como, se alcançarmos esse patamar antes das 23h30 do dia 21 de Dezembro, também disponibilizarei digitalmente um conto de Natal de Crónicas Obscuras."
A cerca de um mês do prazo e ainda a 182 seguidores dos 500 necessários para a página no Facebook, a tarefa não se apresenta fácil, por isso, decidi dar um pequeno excerto de um dos contos para vos incentivar:
"Mário odiava o Natal! Desprezava tudo o que estivesse associado à época. A hipocrisia, que fazia as pessoas concentrarem toda a boa vontade e solidariedade numa única quadra, ignorando esses princípios no resto do ano. As irritantes musiquinhas que, quais assombrações, perseguiam os clientes enquanto estes andava de loja em loja, em patéticas tentativas de adquirirem prendas para expressarem sentimentos e reforçarem relações. Os enfeites, quer públicos, quer privados, que num misto de saloiice e ostentação eram enfiados pelos olhos a dentro de qualquer pessoa que tivesse a infeliz ideia de sair de casa entre Novembro e Janeiro.
Cada símbolo, som, imagem, tradição e cheiro alimentava em Mário uma angústia dilacerante, sobre um passado que não podia alterar, uma tristeza que nunca lhe abandonava o coração, uma ferida que jamais sararia… O Natal era suposto ser a festa da família, uma época de generosidade e conforto… para ele não passava de um tormento, uma lembrança dolorosa daquilo que perdera…"
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