Quem leu “A Vingança do Lobo” já deve ter apercebido que, embora me identifique mais com o lado dos Ocultos, procuro sempre apresentar a perspectiva dos Obliteradores de modo a que os leitores que os prefiram não se sintam desfalcados. Afinal, apesar da sua fanática dedicação ao extermínio de tudo o que é sobrenatural, estes homens e mulheres não são desprovidos de qualidades.
A selecção do nome de Clint Roark assentou nesse princípio, sendo por isso que o baptizei usando como referência dois duros do cinema. O nome próprio deve-o a Clint Eastwood o apelido a Mickey Rourke, tendo o último sofrido uma óbvia manipulação para que a associação não fosse demasiado evidente.
Clint Eastwood
Mickey Rourke
Embora ao longo de "A Vingança do Lobo", Clint tenha tido algumas atitudes que certamente não lhe granjearam muitos fãs, não o considero um mau tipo.
Passamos de uma personagem com má fama para outra, Paul Ferguson, um sargento Obliterador, líder de uma equipa que incluiu: Clint Roark, David Ulster, Norm e Fred Torpe. Este mal-humorado soldado recebeu apenas um candidato:
As características físicas de David Ulster, o melhor amigo de Clint e um dos membros da sua equipa de Obliteradores, fazem com que seja uma personagem para a qual é fácil encontrar vários candidatos. Não obstante, apenas um actor foi proposto:
Algumas personagens o seu carisma vem da pura simplicidade. Norm é uma delas. Este Obliteradores cinquentenário, é uma mistura entre um soldado dedicado e um confidente compreensivo.
As suas sobrancelhas grossas, os cabelos curto grisalhos e a barriga proeminente dão-lhe o aspecto menos agressivo possível. A verdade é que este membro da equipa de Clint Roark, Fred Torpe, David Ulster e Paul Ferguson não toma parte da acção física e violenta do contacto com Ocultos, porém, como o especialista no equipamento é uma peça fundamental das operações.
Um Obliterador, nascido e criado na organização, provido de uma obsessão inflexível com o extermínio de todos os pontos de sobrenaturalidade no planeta. Em suma, o típico Obliterador.
Na altura da obra “A vingança do lobo” tem cinquenta anos e é sargento, sendo responsável por uma pequena equipa, da qual fazem parte personagens como David Ulster e Clint Roark.
Uma vida de disciplina é-lhe demonstrada no rosto largo, seco e ossudo, assim como pelo facto de se encontrar em boa forma física, tirando a barriga de cerveja, provocada por problemas hepáticos. Os seus olhos negros não revelam qualquer alegria. As rugas que começavam a surgir-lhe no rosto narram a história de um homem permanentemente zangado e propenso a acessos de fúria. Debaixo do seu cabelo, rapado tão rente que não permite distinguir se era moreno ou louro, são visíveis várias cicatrizes, algo que se repete por todo o seu corpo. Entre outras marcas têm um rasgão na palma da mão esquerda e falta-lhe a parte superior da orelha direita.
Não é exactamente o tipo de pessoa com quem queiramos conviver, mas é inegavelmente bom no seu trabalho.
Tal como o líder, Paul Ferguson, e o colega de equipa, David Ulster, Fred nasceu e foi criado entre os Obliteradores. Porém, ao contrário destes não possuiu uma eficácia poderosa e célere em combate.
Nos treinos dá provas de grande capacidade, porém, nas missões no terreno ficam muito aquém da expectativa. Não se acobarda, nem recusa a cumprir ordens, mas não consegue alcançar a prontidão que se espera dele.
Clint pensa que esta falha se deve à falta de confiança, que com o tempo o membro mais nova da sua equipa, dará provas de ser tão bom ou melhor que qualquer um dos demais.
Um Obliterador que faz parte da mesma equipa de Clint Roark. O típico soldado da organização, nascido nas suas fileiras, treinado desde tenra idade para um único objectivo: eliminar criaturas sobrenaturais.
Clint vê-o não só como colega de equipa, mas como um bom amigo, confidente e, em certa medida, mentor por entre o mundo do paranormal, apesar de terem, aproximadamente, a mesma idade. Um indivíduo calmo, paciente e absolutamente pragmático, assaltado por esporádicas tentativas de humor. O seu único defeito, no ver de Clint, é uma obsessiva atenção ao pormenor, nomeadamente, no que diz respeito ao seu equipamento. É capaz de verificar as armas e restantes utensílios vezes sem conta, mesmo que esteja a minutos de entrar em acção. E quem é que o pode criticar? Afinal, a sua vida depende do equipamento.
Se Clint é Iniciado, com todas as suas falhas e dúvidas, David é puro Obliterador até à medula, nem vendo os tons de cinzento que perturbam o colega.
Ao longo do livro tendi a usar um narrador não participante, contudo, existe uma excepção (claro que existem, porque outra razão é que falaria no tipo de narrador...): Clint Roark. Regra geral, quando ele entre num capítulo os acontecimentos são visto pelos seus olhos.
Clint é um Obliterador Iniciado e, como alguém que não nasceu ou foi criado no seio da organização, tem algumas dúvidas e conflitos com as linhas segundo as quais tem de dirigir a sua vida, assim como o seu lugar no mundo. Ao contrário de Isabel, cujo conflito se baseia no choque inicial perante o sobrenatural, ele teve tempo de processar a informação e os seus problemas são mais estruturais. A sua questão principal prende-se com a legitimidade, ou falta dela, para fazer aquilo que faz? O que lhe dá o direito de tecer julgamentos sobre quem deve viver ou morrer?
Tirando as suas questões Clint é um tipo comum, com nada que o distinga dos demais Obliteradores e/ou Iniciados. Olhos castanhos; cabelo preto, cortado militarmente; barba de duas semanas (ao tempo do acontecimentos do livro, é certo, mas a verdade é que não se preocupa, especialmente, com a sua aparência) e um nariz com a cana partida.