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Friday, February 12, 2010

De humano para vampiro VI – reaprender a viver


  Não bastando o choque da transformação, ao acordar o recém-criado filho da noite dá por si num mundo novo, criado pela sua própria percepção alterada, produto da reconfiguração dos sentidos. O novo vampiro continua a ver, ouvir e degustar tão bem quanto o fazia quando humano, mas é incapaz de sentir cheiros e o seu tacto não processa a dor ou as diferenças de temperatura. A adulteração destes dois sentidos pode não parecer um problema de maior à partida, porém, tem a sua relevância. Apesar da maioria de nós pode não se aperceber disso, o olfacto e o tacto moldam a nossa percepção do mundo.

  A este factor temos de acrescentar: a necessidade de se habituar ao uso simultâneo dos sentidos comum e do Pulsar, uma sobreposição de estímulos que por si só podem levar um vampiro à loucura; o facto de carecerem de sangue para sobreviver, independentemente do modo como o obtêm e, claro, a aceitação que já não fazem parte do mundo dos humanos, com todas as vantagens e desvantagem que isso acarreta.    

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