O texto está muito bem escrito, porém, mexe com alguns conceitos que me custam imenso a engolir, em particular no que diz respeito à definição dos géneros e sub-géneros. Não vou contestar a sua validade, até porque de nada adiantaria fazê-lo, uma vez que, a partir do momento em que a terminologia é aceite pela maioria passa a ser regra (como o uso de restauração para referir o negócio dos restaurantes e afins, quando a palavra nunca teve essa conotação).
No texto é feita a distinção entre a fantasia épica e a fantasia urbana, indicando que a primeira “envolve cenários de inspiração medievalista, com demandas por guerreiros ou heróis que têm que salvar o mundo do mal” e o segundo “cenários urbanos contemporâneos ou alternativos, centrados em personagens fortes e individualistas que se tornam o foco da acção”.
Muito bem, sim senhor. É impressão minha ou isto são apenas nomes novos para denominar algo que já existia? Fantasia épica é high fantasy (se bem que o selo de “inspiração medievalista” seja um pouco tacanho) e fantasia urbana é low fantasy, podendo qualquer um deles, dependendo do livro, reclamar o direito de se inserirem no sub-género da dark fantasy.
Como imaginam, o meu principal problema com estas definições é o facto de, indirectamente, balizarem Crónicas Obscuras – A vingança do lobo dentro da fantasia urbana, quando o livro pertence à low fantasy/dark fantasy. Castigo que eu estaria disposto a aceitar, não fossem as óbvias incongruências.
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