Primordiais

Os licantropos primordiais estão para os outros lobisomens como os leões estão para os gatos domésticos. São forças primitivas e selvagens, das quais todos os licantropos originaram, há milénios.

Basicamente são grandes lobos (os mais pequenos então nos dois metros de comprimentos, mas os machos maiores podem alcançar os três e meios) que caminham erectos, embora o mais comum seja alternarem entre a deslocação com duas e quatro patas. Anatomicamente, têm músculos iguais aos humanos e poderiam passar por enormes versões nossas, cobertas de pêlo, não fossem as cabeças, totalmente, lupinas, desprovidas de quaisquer traços antrópicos, as garras de dez centímetros e as caudas peludas, na maioria dos espécimes.

Fortes, rápidos, ágeis, ferozes e reverenciados pelas outras raças de lobisomens, são verdadeiras forças da natureza. Porém, todo o seu poder não os preparou para a existência num mundo cada vez mais dominado pelos humanos. Na verdade, o poder que dominam é a fonte da sua desgraça. Os primordiais são animais, simples animais. Astuto, sem dúvida, mas de modo algum com uma inteligente equiparável aos humanos. 

Contrariamente aos seus parentes infectados e fenrisnianos, eles não podem mudar entre o lobo e o homem, com ou sem a influência da Lua. Por outras palavras, enquanto os parentes mais pequenos e fracos podem camuflar-se na sociedade humana, os primordiais não. Como predadores de topo, precisam de um território extenso e de uma fonte de alimento regular, para se suster. Ora se a isto acrescentarmos a caça intensiva a que têm sido sujeitos e a sua particular sensibilidade à prata (ver post futuro sobre as fraquezas licantropas) não é de admirar que estejam no limiar da extinção.